Na década de 90, com a disseminação do então revolucionário
videocassete, o popular VCR, tornou-se possível a preços razoáveis a
estruturação de videotecas pessoais. Os primeiros aparelhos nacionais possuíam
controle remoto com fio.... além de tamanho considerável, ocupando inicialmente
mais um espaço nas estantes dos aparelhos de som.
As mídias (VHS) tinham tamanho considerável, e possuíam
mecanismo similar às fitas cassete: rolo magnético, analógico, com conteúdo em
lado único. A qualidade da imagem era considerada boa, e as projeções evoluíram
para um formato otimizado – SVHS, cujo sinal de vídeo era transportado por cabo
também padrão SVHS, conectados às TVs de tubo. Não houveram outras opções por
bom tempo. Mesmo TVs de retroprojeção possuíam qualidade de imagem similar.
Mas voltando às videotecas, o formato VHS reinou absoluto até
o início do século XXI, onde ocorreu a disseminação dos DVDs. Mídia digital, fidelidade
absoluta ao original, áudio igualmente digital, aproveitando a década de experiência
acumulada com os CDs, mídia de tamanho similar também digital.
O efeito sobre as videotecas foi imediato. Cinéfilos se
depararam com a grande diferença de qualidade de imagem e som, e o upgrade foi
inevitável. Coleções de videocassetes foram sendo progressivamente atualizadas,
com os DVDs substituindo os VHS. A vantagem vinha também com o espaço ocupado, onde
basicamente dois DVDs cabiam no espaço de um VHS.
A profusão de títulos em VHS rapidamente ampliou a oferta
disponível. As empresas nacionais se aliaram às grandes distribuidoras
internacionais, e até hoje em dia há títulos até então inéditos por aqui surgindo
no mercado distribuidor. Certamente estamos falando de várias dezenas de
milhares de títulos disponíveis.
Em termos tecnológicos, os DVDs introduziram conexões
digitais entre os aparelhos. Os cabos tipo vídeo componente (três cores, azul,
verde e vermelho) faziam o transporte da imagem, e os famosos branco e vermelho
(direito e esquerdo) faziam o transporte do som.
Iniciou-se a comercialização das TVs de tela plana. Os
cinéfilos rapidamente se mobilizaram para adquirir as caríssimas TVs de plasma,
chamadas de HD. Hoje sabemos que de HD não tinham nada, resolução de 852x480.
Mas na época era o que se tinha de melhor.
Mais recentemente os cinéfilos passaram a ter acesso às
novas mídias BluRay. Também inteiramente digitais, com qualidade denominada
FullHD, áudio envolvente, interatividade. Os padrões evoluíram muito, e
permanecem evoluindo. Detalhe: a velocidade de oferta das novidades tecnológicas
vem diminuindo progressivamente. O que
era a melhor imagem, p.ex. 1080p (1920x1080) já será superado pelo padrão 4K
(3840x2160), em vias de se tornar comercialmente viável. E já se testa o padrão
8K. Soa como algo sem fim, ou melhor, sem limite visível.
Bem, voltando mais uma vez à videoteca, o cinéfilo
evidentemente também vem procedendo a atualização de sua videoteca com o upgrade
de seus títulos preferidos para o padrão BluRay FullHD. Com o crescimento da
oferta, tanto os aparelhos, todos com conexões digitais padrão HDMI (áudio e
vídeo digital na mesma conexão), como as mídias vem apresentando redução
contínua de preços, viabilizando a universalização do uso.
ET, desde o advento da digitalização do conteúdo
proporcionada primeiramente pelos CDs/DVDs, várias videotecas vem sendo
mantidas em arquivos inteiramente digitalizados. Há diversos softwares, tanto
para conversão como para reprodução, que atendem todas as necessidades
possíveis. Certamente um bom assunto para outro post, onde a manutenção do
acervo das videotecas ganhará destaque. Até lá.
Saudações cinéfilas,
Alex